Um ano a quatro
Tatinha, hoje é um dia muito
especial. Há exatamente um ano, respirei aliviada quando finalmente entramos
pela porta da sala carregando o seu bebê conforto e colocamos ele
cuidadosamente no chão. Pronto. Meus ombros, tensos há dias, desceram amolecidos. Você estava em casa e era nossa para sempre. Posso
contar este tempo tradicionalmente em meses, semanas e dias, ou nas vezes (muitas)
em que meu coração ficou mais leve, cada vez que você abriu o seu sorriso
delicioso. Sorriso que foi ganhando cada vez mais destes seus mini Mentex
branquinhos, que hoje compõe o seu sorriso de criança, não mais aquele sorriso
banguelinha de bebê.
Seu rostinho era redondo como uma
lua, e sua cabeça ficava quase toda a mostra, com uns cabelinhos claros e
ainda ralinhos e bagunçados. Agora eles já se aventuram em cachinhos, mais
cheinhos e encorpados, sempre cheirosos, mas que ainda teimam em fazer bagunça
para combinar com você.
Vimos você aprender a segurar a
colher, jogar as coisas brava no chão, engatinhar, andar e agora correr e
escalar. Vimos você despertar na Gigi o verdadeiro amor de irmã. Aquele
que oscila entre o amor (nos muitos momentos de carinho e chamego) e o ódio (sempre que você
baba na boneca ou na borracha dela), mas que faz ela te defender de tudo e exibir você por aí como um troféu. E você aprendeu rapidinho a acompanhar essa sua irmã tão especial por onde ela
vai, a rir com vontade de tudo o que ela faz, e imitar tudo o que já consegue, escolhendo
assim desde logo os lugares mais altos e perigosos da casa para as suas escaladas.
O tempo que passo longe de você e
da sua irmã hoje em dia tem dois efeitos opostos. Por um lado, descansa meu
corpo e ouvidos (o som de vocês é ininterrupto, a correria é constante e a
bagunça perene, o que por sua vez também
faz com que eu mesma dê vários gritos dos quais me arrependo sempre). Mas ao mesmo tempo, o tempo
longe de vocês cansa a minha alma, que se desconecta em parte de mim, e só
resolve voltar quando nos encontramos. Ela fica amuada, entediada, e vê pouco
sentido no que ando fazendo por aí. É como se fizesse birra, igual a certas
pessoas... Se joga no chão, bate os bracinhos no ar e faz um bico enorme. Acho
que ela se dá conta que enquanto vocês estão em casa crescendo diversos
milímetros por hora (pelo menos essa é a
impressão que dá!), eu corro de lá para cá ocupada com tarefas e reuniões
que no final se mostram muito menos importantes do que o seu convite, Tatá - com
a mãozinha minúscula batendo no assento do sofá - para eu sentar do seu lado e ver você riscar o
papel. Aliás, como é que pode já segurar o lápis tão direitinho?
Este foi o primeiro ano de uma
família que agora está completa, com a sua chegada. Você, Tatá, é para mim o
símbolo da esperança (considerando não apenas o tanto que foi esperada, mas que
a beleza e a vida podem surgir de onde nunca se espera... e de onde não mais se espera).
Todos os dias, quando te coloco no berço,
repito que a mamãe te ama, o papai te ama, a Gigi te ama e o Tobias quase
sempre te ama (talvez ele também amasse o tempo todo se você não roubasse o osso dele para por na sua boca). Repito isso
aqui, Tatá, agora por escrito, para que nos muitos anos que virão, assim
permita Deus, você nunca se esqueça de todo esse amor que foi capaz de criar.
Belissima maneira de expressar tão profundos sentimentos por essa criaturinha linda que Deus colocou em nossas vidas.
ResponderExcluirNós como avós, que vivenciamos os momentos quase que angustiantes da espera pela chegada dela, hoje participamos com um prazer difícil de explicar, da criação e desenvolvimento da Tatá.
Por falar em desenvolvimento, fique sabendo que eu me desmancha todo quando ela segura direitinho o lápis como eu ensinei. Mais que isso, responde rapidinho quando lhe sugiro desenhar "bolinhas, cobrinhas, nenê", e por ai afora.
Obrigado Deus pelo presente que o Senhor lhes deu e por compartilha-lo conosco.